ESG e sustentabilidade no Mercado Livre de Energia

Ecom
  • 11/02/2022
  • 5 min de leitura

Em nosso último Ecom Talks de 2021, o tema esteve focado nas tendências em sustentabilidade e ESG para o mercado livre de energia. 

Nesse encontro, contamos com a presença de especialistas experientes do setor elétrico. Nossos convidados desmembraram o assunto e trouxeram insights interessantes. A adoção das práticas ESG nas empresas e no setor de energia foi o foco da discussão.

Participaram da live: Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica; Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum; Christopher Davies Junior, executivo de Sustentabilidade na Volkswagen do Brasil; e Márcio Sant’Anna, sócio-diretor da Ecom Energia. A mediação ficou por conta do jornalista especialista no setor de energia, Roberto Rockmann.

ESG e Sustentabilidade

A seguir, apresentamos os destaques dessa conversa, que apontou um horizonte mais propositivo para o futuro do mercado. Além disso, abordamos o crescimento das renováveis no Brasil e das práticas em ESG adotadas pelo setor de forma geral.

Elbia Gannoum: “o futuro da energia é livre e renovável”

“Há 10 anos nós tínhamos 1 GW e agora nós vamos encerrar o ano com 21 GW. Tivemos esse avanço que nós chamamos de um crescimento virtuoso, que deve permanecer na próxima década.

Pra termos uma ideia, nós estamos com 21 GW agora e no final de 2024, alcançaremos 31 GW. Ou seja, em três anos nós vamos instalar mais 3 GW. Isso não é nenhum prognóstico; é um número de projetos que estão contratados e muitos, inclusive, estão em construção no mercado livre de energia. Dessa forma, fazendo uma ligação da eólica com as discussões da COP26, deixaram mais claro ainda que a transição energética já está acontecendo globalmente. Isso porque está havendo uma busca dos mercados pelas energias renováveis.

Esse é um fator muito importante e nós, aqui no Brasil, sentimos essa busca mais forte a partir de 2020, quando a pauta de ESG se tornou muito relevante pra nós. Nós, eólicos, passamos a contratar ainda mais no Mercado Livre, fazendo a alfaiataria dos contratos, atendendo os consumidores que querem comprar energia eólica, que tem impacto social e por ser competitiva.

A eólica em 2017 se tornou a fonte de energia mais barata do país em termos médios, estruturais, e a fonte mais competitiva. A solar também está altamente competitiva. Então, ninguém tem dúvida de que o futuro é das renováveis”.

Fernando Lopes: “Vê-se bastante procura pelo REC de originação eólica”

“Em termos de volume total de certificações de I-RECs, estamos hoje com cerca de 250 usinas de energia renovável para fazer a emissão do certificado. Fechamos, no ano passado, a emissão de cerca de 4 milhões de RECs. Neste ano, devemos bater na trave dos 10 milhões, pois já estamos com quase 9 milhões.

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Desse montante, a metade é composta por eólica – em quantidade e não necessariamente em potência – porque temos algumas hidrelétricas grandes. Porém, dos 8 milhões de certificados emitidos, a cada três cerificados, dois são eólicos. Então, vê-se bastante procura pelo REC de originação eólica no mercado”.

Christopher Davies Junior: “Incluímos outras formas alternativas de energia renovável em nosso mix de contrato de energia”

“Desde 2016, as nossas fábricas só contratam energia renovável. A partir dos últimos dois anos, incluímos outras formas alternativas de energia em nosso mix de contrato de energia. Por exemplo, temos aumentado ao longo desses anos o mix de solar e eólica em nossas operações.

A Volkswagen é signatária do acordo de Paris e também tem como meta ser neutra até 2050 do ponto de vista de emissões de CO2. Ou seja, não só do seu processo produtivo, mas também em relação ao ciclo de vida do produto como um todo. Isso vai desde a extração da matéria-prima até a reciclagem“.

Márcio Sant´Anna: “Autoprodução vai além da economia”

“Autoprodução é uma forma de contratação de energia hoje que vai além da economia. Se a gente olhar os ganhos econômicos, temos o não pagamento de alguns encargos. Mas não só isso! Chegamos a uma economia de até 30% baseado no preço médio do mercado livre de energia. Então, financeiramente, esse modelo de contratação já é muito representativo. 

Além disso, quando acompanhado da prática ambiental e social, esse modelo atende uma necessidade demandada pelo mercado. Dessa forma, percebemos que os grandes grupos econômicos estão muito à frente da grande massa de empresas aqui no Brasil. Eu acho que as grandes corporações vão ter uma função extremamente importante no crescimento deste modelo. Bem como das práticas ESG, incluindo-se a exigência dos seus fornecedores por mais e mais iniciativas ambientais, sociais e de governança”.

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