Em outubro de 2021, o grande volume de chuvas aliviou a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas. Já que elas são as principais fontes de geração de energia no Brasil, isso influenciou no preço da energia. Consequentemente, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), que atingia o teto desde julho/21, despencou. Em contrapartida, em novembro o PLD quase atingiu o piso. Por outro lado, o aumento dos encargos, em especial o Encargos de Serviços do Sistema (ESS) de energia, assustou o consumidor livre de energia. Esse cenário, portanto, ocasionou altos valores de aporte.
Mas, o que aconteceu? Continue a leitura para entender melhor esse cenário.
ESS: o cenário para o aumento
Devido à pior seca ocorrida no Brasil nos últimos 91 anos, o ano de 2021 contou com os níveis dos reservatórios das hidrelétricas bastante baixos. Cenário que começaria a mudar com as chuvas que chegaram em outubro do ano passado, e que contribuíram para o elevar dos níveis dos reservatórios.
Esse aumento nos reservatórios influencia diretamente no valor do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças). Preço usado como referência para as operações realizadas durante o curto prazo. Para ter uma ideia do impacto, o valor do PLD em setembro/21 estava na faixa de R$570,00 MWh. No entanto, após as chuvas, atingiu a faixa de R$88,10 MWh em novembro/21.
1. https://www.ccee.org.br/web/guest/precos/painel-precos
Porém, mesmo com as chuvas e, consequentemente, o aumento dos níveis dos reservatórios, as usinas termelétricas continuaram em atividade. Essa foi uma decisão do governo para que o sistema atendesse à demanda de consumo de energia, preservando os reservatórios.
Importante salientar que a ativação das termelétricas representa um grande aumento no custo da geração de energia. Isso porque essa é uma fonte cara e, portanto, acionada apenas em momentos de contingência.
O aumento no ESS de energia
Ao acionar estas usinas, boa parte do valor é repassado aos consumidores por meio das bandeiras tarifárias. Esse mecanismo adiciona um valor extra às tarifas de energia dos consumidores do mercado cativo. Aos demais agentes do mercado de energia, repassa-se esse custo extra via ESS.
No entanto, mesmo com a implementação da bandeira de escassez hídrica, criada para este momento e com valor de até R$14,20 kWh, aliada ao baixo valor do PLD nos meses de outubro e novembro, o montante arrecadado ainda não foi suficiente para custear toda geração de energia. Dessa forma, o valor do ESS teve um grande aumento, chegando a atingir cerca de R$ 116,00 R$/MWh para os consumidores livres.
O que esperar do futuro?
Se para os consumidores livres o valor dos encargos representarem um alto valor no aporte, o cenário no mercado cativo ainda é mais sério. Além das bandeiras, o custo ainda será repassado juntamente com o ajuste das distribuidoras de energia. E, esse custo promete ser alto! Por outro lado, para o consumidor livre o valor do ESS tende a diminuir nos próximos meses, condicionado à contínua melhoria no cenário hídrico.
Dessa forma, mesmo com o aumento dos valores no aporte, o mercado livre de energia continua sendo competitivo, pois oferece valores mais atrativos para o longo prazo. Além disso, existe a possibilidade de realizar operações que garantem o benefício do consumidor e a previsibilidade com suas contas de energia. Para isso, uma equipe de gestão bem-preparada pode ajudar a identificar oportunidades e estratégias para passar por diversos cenários.Quer saber mais? Então, fale com um de nossos especialistas! Você pode agendar uma conversa neste link, e nós retornaremos o contato pelo seu canal de preferência.