Greenwashing: a “maquiagem” sustentável

Ecom
  • 21/10/2022
  • 8 min de leitura

Você sabe o que significa greenwashing? Com o boom do termo ESG, consumidores e stakeholders exigem, cada vez mais, das empresas adoção de práticas sustentáveis. No entanto, muitas companhias afirmam ter responsabilidade ambiental, mas não aplicam essas ações na prática. Ou então, pesam a mão na hora de divulgar isso como diferencial corporativo.

Por exemplo, há empresas que afirmam ser “a que menos polui no setor” ou “a que emite menos CO2 no país“, mas não consegue comprovar a veracidade dessas afirmações. Essa prática é o denominada greenwashing – também conhecida como maquiagem verde, no meio sustentável brasileiro.

Ou seja, quando a empresa tenta se esconder por trás de uma publicidade verde na hora de divulgar resultados e práticas ligados a ESG. Buscando, assim, imprimir uma imagem de sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente, mas sem fundamentos.

Por isso, confira casos de empresas que já cometeram essa prática e como ser mais transparente. Do mesmo modo, veja como comprovar suas ações de responsabilidade social a seguir.

Os sete pecados do greenwashing

A prática do greenwashing é considerada ilegal. Isso porque se enquadra como publicidade enganosa, de acordo com o artigo 37 da Lei nº 8.078/1990, que prevê o Código de Defesa do Consumidor. O risco de “maquiar” ações ESG apontam para a descredibilização da empresa, uma vez que essa atuação pode levar consumidores e investidores ao erro.

Em abril deste ano, em pesquisa anônima da Harris Poll para o Google Cloud, um dado alarmante revelou 58% dos CEOs admitiram a existência da “hipocrisia verde” em suas organizações.

Uma das dicas dadas na pesquisa “Mentira Verde” levantada pela Idec em 2019, é fugir das expressões vagas. “Não confie em produtos que possuem afirmações ambientais vagas como “ecológico”, “sustentável” ou “amigo do meio ambiente”. Termos amplos e vagos como esses não podem ser usados nas embalagens dos produtos de acordo com a Norma ABNT ISO 14021. Se você encontrar, é greenwashing.”

Segundo essa mesma pesquisa, os 3 produtos que mais cometem greenwashing no Brasil são, respectivamente, desodorante, saco de lixo e shampoo. Empresas como a Baygon, Raid, Carrefour e Embalixo já foram notificadas, por exemplo.

Os parâmetros considerados são os sete pecados do greenwashing são:

#1 Sem provas

Apelo ambiental que não pode ser comprovado por informações facilmente acessíveis ou por uma certificação de terceiros confiável. Exemplos comuns são os lenços faciais ou produtos de papel higiênico que reivindicam várias porcentagens de conteúdo reciclado pós-consumo sem fornecimento de evidências.

#2 Troca oculta

Apelo de que um produto é “verde” com base em um conjunto restrito de atributos, sem atenção a outras questões ambientais importantes. O papel, por exemplo, não é necessariamente ambientalmente preferível apenas porque vem de uma floresta colhida de forma sustentável. Outras questões ambientais importantes no processo de fabricação de papel, como as emissões de gases de efeito estufa, ou o uso de cloro no branqueamento podem ser igualmente importantes.

#3 Vagueza e imprecisão

Apelo tão mal definido ou amplo que seu significado real é provavelmente mal-entendido pelo consumidor. “Todo-natural” é um exemplo. Arsênio, urânio, mercúrio e formaldeído são naturais. “Todo-natural” não é necessariamente “verde”.

#4 Irrelevância

Apelo ambiental que pode ser verdadeiro, mas não é importante ou não ajuda os consumidores que procuram produtos ambientalmente preferíveis. O “CFC-free” é um exemplo comum, uma vez que é uma alegação frequente, apesar de os CFC serem proibidos por lei.

#5 Menor dos males

Apelo que pode ser verdade dentro da categoria de produto, mas isso pode distrair o consumidor dos impactos ambientais maiores da categoria como um todo. Os cigarros orgânicos poderiam ser um exemplo desse pecado, assim como o veículo utilitário esportivo de baixo consumo de combustível.

#6 Lorota

Reivindicações ambientais que são simplesmente falsas.

#7 Adorando falsos rótulos

Produto que, por meio de palavras ou imagens, dá a impressão de endosso de terceiros que não existe. Em outras palavras, etiquetas falsas.

Transparência com as questões ambientais

A cultura ESG (Enviromental, Social and Governance), embora diga respeito a diretrizes para fomentar também a esfera social e de governança, acaba abrangendo mais vezes a esfera ambiental dentro das organizações.

Após o Acordo de Paris em 2015, empresas por todo o mundo têm estabelecido o Net Zero ou carbono neutro, por exemplo, como metas a serem alcançadas. No entanto, mais do que definir alvos para beneficiar as condições climáticas e comunicar aos quatro ventos, é preciso demonstrar transparência na implementação.

A questão é séria, pois as organizações são agentes de transformação. Tanto o são, que, em março deste ano os Estados Unidos aprovou uma proposta que exige que todas as empresas divulguem suas emissões de gases de efeito estuda (GEE). Entretanto, é possível evitar o greenwashing a partir de mecanismos para aumentar a transparência de sua empresa. Como, por exemplo:

  • Estabelecer uma comunicação interna clara e eficiente;
  • Verificar os processos, promovendo a desburocratização e regulamentando a política ambiental;
  • Produzir dados-chave sobre as florestas, mares, rios ou ambientes que sua empresa impacta;
  • Promover um plano de ação mediante análise dos dados;
  • Dar acesso às informações verídicas, facilitando o reconhecimento da responsabilidade social.

A concretização dos planos de ação pode ser divulgada, todavia, melhor do que cumprir o bom marketing é atestar a eficiência dessas ações. O que, consequentemente, aumentam a confiabilidade sobre da empresa no assunto, seja por parte dos stakeholders, consumidores e até mesmo dos colaboradores.

Além disso, uma das formas está na comprovação dos dados, a partir da emissão de selos verdes. Veja a seguir.

Comprovando ações de responsabilidade ambiental

McKinsey & Company, empresa de consultoria empresarial americana que aconselha empresas, governos e outras organizações estrategicamente, diz que ESG é um caminho rentável e “empresas não podem mais ignorar ações para descarbonizar. Pois consumidores já pagam mais por produtos sustentáveis, ao passo que o prazo para limitar emissões aproxima-se do limite para a meta de 1,5º C.

A dica está dada, mas como implementar? Se sua empresa ainda precisa de uma mãozinha, a boa notícia é que a iniciativa de sua empresa pode começar hoje mesmo. É possível buscar selos verdes para certificar sua empresa.

Alguns exemplos são:

  • Certificação FSC (Forest Stewardship Council) – Selos variados que identificam que a matéria-prima usada em produtos de origem florestal é proveniente de uma área gerenciada ecologicamente correta, com condições justas econômicas e de trabalho.
  • Programa de Certificação pelo Compromisso com a Responsabilidade Socioambiental (PROCERT) – Selos certificados pelo Instituto Chico Mendes, concedidos a instituições avaliadas a partir de um questionário, documentos e visitas in loco. Os critérios analisados envolvem a política de sustentabilidade implantada na instituição, a gestão social e ambiental.
  • Rótulo Ecológico ABNT – Certificação voluntária que visa promover a redução de desperdícios, otimização dos processos e preservação do meio ambiente. Bem como, permitir o enquadramento nas exigências de licitações sustentáveis. Isso, a partir da análise do ciclo de vida dos produtos, desde a extração de recursos, fabricação, distribuição, utilização ao descarte.

Veja como os impactos ambientais podem ser minimizados quando as medidas corretas são tomadas, a começar pelo consumo de energia. Disponibilizamos diversas oportunidades e dicas para reduzir as emissões de CO2 de sua empresa, em nosso white paper “ESG para empresas”. Baixe agora!

I-RECs: Certificados de Energia Renovável

Dado que as ações de maquiagem verde provêm de dados infundados, sua empresa também pode comprovar o consumo energia limpa por meio da emissão de I-RECs – Certificados de Energia Renovável com a Ecom Energia.

Para cada 1 MWh de energia consumida, uma empresa acrescenta aproximadamente 100 quilos de CO2 em sua emissão – gás responsável por 60% do efeito estufa. Assim, as empresas conseguem garantir que 100% do seu consumo está certificado, e conseguem levar isso a zero! Elaboramos um dossiê completo sobre I-RECs, basta acessar aqui.

Migrando para o Mercado Livre de Energia, a Ecom Energia oferece soluções completas para auxiliar empresas. Seja para reduzir custos com energia elétrica, negociar condições, bem como incluir – e comprovar – práticas ESG no dia a dia.

Melhore sua reputação e competitividade no mercado conosco! Garanta gratuitamente um estudo de oportunidades personalizado para a sua empresa. Basta preencher o formulário abaixo:

Conteúdo relacionado