No artigo publicado no Blog da Ecom, em 27 de julho de 2017, intitulado “Estratégias de proteção para a compra de energia de longo prazo”, discorremos sobre as alternativas de compra de energia no que diz respeito às estratégias de contratação e aos mecanismos de proteção das variações de consumo que podem ocorrer.
Nesse contexto, sobretudo entre os consumidores denominados especiais (com demanda contratada entre 500 kW e 3.000 kW em qualquer segmento horário), que são a maioria dos agentes participantes da CCEE, existe a seguinte pergunta: “Qual a melhor fonte de energia a ser contratada? Incentivada 50% ou incentivada 100%?”.
Sabendo-se que os consumidores industriais que se enquadram nesta categoria possuem, dentro do seu perfil de consumo, um impacto financeiro relevante no componente fio (tarifas de demanda e encargos), é de grande importância calcular o custo do fio do consumidor em R$/MWh a fim de analisar o impacto do incentivo de 50% e de 100% de desconto nas parcelas de TUSD e TUST. O que irá predominar nessa escolha é a diferença de preço entre ambas as fontes e, também, a tarifa de fio da distribuidora na qual o consumidor está localizado.
A ideia é a seguinte: se o custo do meu fio for, hipoteticamente, R$150,00/MWh, adquirindo a energia I5 (incentivada 50%), esse custo se reduziria pela metade, ou seja, para R$75,00/MWh. Caso a energia adquirida seja a energia I1 (incentivada 100%), o custo seria zero. A grande questão é o preço a ser pago pela energia e, assim, obter o desconto de 50% ou 100%. Se nesse mesmo exemplo o preço da energia I5 for de R$ 200,00/MWh e o preço da energia I1 for R$ 260,00/MWh, a diferença de preço da I5 para a I1 seria de R$ 60,00/MWh. Então teremos o seguinte cenário:
Energia I5 = R$200,00/MWh (preço da energia) + R$ 75,00/MWh (custo do fio com desconto de 50%) = R$ 275,00/MWh
Energia I1 = R$ 260,00/MWh (preço da energia) + R$0,00/MWh (custo do fio com desconto de 100%) = R$ 260,00/MWh
Neste cenário percebemos que é vantajoso obter a energia I1, pois para obter os 100% de desconto é necessário pagar um valor menor do que a metade do custo do fio. Pagarei R$ 60 reais e a metade do meu fio custa R$ 75,00, portanto, é vantajoso realizar tal contratação.
Inclusive é possível realizar o Swap, que é a troca de fonte de energia tanto no curto quanto no longo prazo, pois dependendo do fator de carga do consumidor e dos reajustes tarifários nas tarifas da distribuidora, o maior ganho entre uma fonte e outra pode variar.
Portanto, é importante que o consumidor esteja alinhado, junto ao seu gestor de energia, para uma análise adequada e eficiente quanto às possibilidades de trocas de fontes de energia, visando à maximização das economias.