O setor brasileiro de energia elétrica passou por 2021 com muitas complexidades, porém alguns destaques foram dados a temas importantes e que tendem a ser desenvolvidos em 2022, uma vez que a modernização do setor é de extrema importância para evitar novas crises bem como integrar as tecnologias existentes.
Uma dessas tendências é o aumento da digitalização, uma vez que com a possibilidade iminente de abertura do mercado, os consumidores deverão ser atendidos por meio de interfaces digitais, adequadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que permitam a consulta e a análise de seus dados de energia “on line”, pois as operações com novos produtos e o seu monitoramento deverão estar literalmente na palma das mãos dos usuários. Estima-se que o consumidor livre de energia passe a representar a maior parte do consumo energético nacional rapidamente e, com esse empoderamento, também haverá mais exigências quanto aos benefícios que lhes possam ser oferecidos pelos diversos fornecedores de energia que poderá escolher.
Outra tendência são as usinas híbridas ou associadas, que operam com mais de um tipo de tecnologia, a exemplo da combinação de geração por fontes eólica e solar. A complementariedade entre as fontes renováveis é uma estratégia que pode ser bastante valorizada, tendo em vista que garante maior sustentabilidade e previsibilidade no fornecimento, com ganhos de eficiência.
No mesmo sentido, podem ser desenvolvidos diversos outros produtos e serviços ligados ao armazenamento de energia, tanto para o desenvolvimento da geração de energia quanto para a mobilidade elétrica. O uso de baterias deve ser intensificado com a produção de equipamentos cuja qualidade, capacidade e durabilidade sejam maiores, e mais acessíveis, economicamente e localmente.
Uma inovação também esperada é a venda da geração excedente para a concessionária local pelo consumidor com geração distribuída conectada na rede de distribuição, a fim de expandir ainda mais os recursos distribuídos e reduzir os custos com energia elétrica.
Uma maior penetração das renováveis, com maior eficiência energética e automoção, levam à busca por novos produtos de certificação verde por parte das empresas do setor, que encontram nesse mecanismo não só uma nova fonte de auferir renda, mas também de aumento de visibilidade e credibilidade perante a sociedade como reconhecimento por práticas socioambientais efetivas.
A agenda regulatória da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica para 2022-2023 prioriza alguns esses temas, dentre outros, e pode ser considerada um belo indicativo de que a regulação está atenta aos aprimoramentos necessários para chegarmos ao futuro esperado.
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