No Giro Energia: as perspectivas para a economia em 2021

Ecom
  • 12/11/2020
  • 5 min de leitura

No 22º episódio do podcast Giro Energia, patrocinado e desenvolvido pela Ecom Energia, vamos conversar sobre o cenário da economia em 2021 e o que é preciso ter em mente a fim de definir as planilhas de custos e investimentos para o próximo ano. O Brasil deve crescer, mas um conjunto de incertezas deverá fazer as empresas ficarem retraídas. Por outro lado, o preço da energia também pode ficar pressionado no Mercado Livre no próximo ano. Portanto, para falar sobre esses assuntos, o Giro Energia conversou com Gabriel Galípolo, presidente do banco Fator; Bernardo Bezerra, diretor técnico da PSR; e Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Então, continue a leitura para saber as opiniões destes especialistas sobre o tema! 

A economia em 2021 dependerá de investimentos

De acordo com Gabriel Galípolo, a retomada consistente da economia depende de investimentos em infraestrutura e na recuperação do mercado de trabalho e sobre essas duas variáveis pesam incertezas. “O Brasil está, atualmente, em um momento de retomada, muito em função do programa de renda emergencial e de um consumo represado, como móveis e farmácia. Houve uma mudança de padrão de consumo, as pessoas passam mais tempo em casa e aí começam a consumir mais material de construção.” afirma.

O CEO do Banco Fator completa, “Contudo, ainda é difícil enxergar uma retomada consistente da economia. Porque sobram incertezas para novos investimentos e há uma questão estrutural: o emprego formal tem sumido e a maior parte da população economicamente ativa está na informalidade, via empreendedorismo ou precarização. Isso ocorre diante do contexto da discussão do programa de renda emergencial, que é um dos grandes pontos de incerteza que vemos. Como esse programa vai ficar? Qual o custo? Como o estado pagará?”, indaga.

Mesmo diante de incertezas, ainda há espaço para crescimento

Ainda assim, para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a economia brasileira deve crescer 2,2% em 2021, mesmo diante de várias incertezas. As empresas deverão proteger seu caixa e reforçar a eficiência frente a pressão de alta de custos, reflexo do câmbio e do desmantelamento de cadeias globais com a pandemia. De acordo com o economista, “Com o fim do programa de renda emergencial, que reduzirá a demanda no comércio, o mercado de trabalho ainda está fraco e temos uma taxa de desemprego que pode ficar em 17% em 2021.”

Vale ainda completa, “A questão fiscal é outro problema. A dívida pública crescendo muito, os prazos estão encurtando e os prêmios estão em alta. Com incertezas, não tem retomada de investimento e consumo, que respondem por 85% do PIB. Não se esperam grandes recuperações”, analisa.

Sobre as empresas, complementa: “Há preocupação porque há pressão de custos por conta do câmbio e do desmantelamento das cadeias por conta da pandemia. Os custos têm subido 30% para a indústria, o que pressiona as margens. No curto prazo, as empresas têm de pensar em geração de caixa e redução de custo”, destaca.

Como ficará o preço da energia em 2021?

Similarmente, na análise do diretor técnico da PSR, Bernardo Bezerra, mesmo com a economia não devendo ter uma forte retomada em 2021 e com sobreoferta estrutural, os preços de energia poderão ficar elevados no próximo ano. “Em relação ao PLD Horário, uma das grandes novidades de 2021, o maior impacto vai ser sobre o agente que tem contrato firmado no passado, que não se preocupou com uma cláusula como a que fala da modulação, que não prevê ajuste de modulação de carga. Agora, a partir de 2021, esses riscos serão mais bem compartilhados, porque haverá mais modulação. Estudos da PSR apontam que as maiores variações do PLD Horário estão no submercado Nordeste”, explica.

Bezerra ainda comenta sobre sobreoferta de energia no mercado: “São 10 a 12 GW que dão uma sobreoferta estrutural de energia nos próximos três anos, mas a matriz brasileira ainda é muito dependente das chuvas e as hidrelétricas são as grandes responsáveis pela geração de energia no Brasil. Estamos começando o período úmido com reservatórios bem baixo e perspectiva de afluência abaixo da média em novembro, isso poderá fazer preços elevados em 2021, mesmo com sobreoferta”, finaliza.

O que mais foi discutido à respeito da economia em 2021 no Giro Energia?

Em resumo, pelas entrevistas pudemos perceber que o cenário da economia brasileira em 2021 ainda é recheado de incertezas. Isso, inegavelmente, deve deixar empresas e consumidores cautelosos. Mesmo com o cenário de retomada da economia ainda bastante lento, os preços de energia no mercado livre poderão ficar pressionados em 2021 por conta dos fatores climáticos, por exemplo.  Em contrapartida, o PLD Horário deve trazer mais impactos às empresas que mantêm contratos sem ajustes de modulação de carga.

  • As afluências continuarão abaixo da média?
  • A pressão de preços no mercado de curto prazo se manterá em todo o ano de 2021?
  • O mercado livre continuará crescendo?

As respostas para essas perguntas estão no Giro Energia! Ouça agora:

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