Nos últimos 24 meses, observamos uma intensa movimentação de empresas varejistas migrando do Ambiente de Contratação Regulado para o Ambiente de Contratação Livre, ou Mercado Livre de Energia, em todos os seus nichos de atividade: Supermercadistas, Lojas de Departamento, Vestuários, Material de Construção, Cosméticos, Perfumaria e Farmacêutica.
Esse movimento foi fortemente influenciado pela recessão econômica de 2015 e 2016, a qual influenciou negativamente o poder de compra do consumidor e, como consequência, impactou diretamente o faturamento do segmento varejista. Além da queda no faturamento, as empresas do setor já implementaram diversas ações de eficiência energética com o intuito de reduzir custos, tais como retrofit dos sistemas de refrigeração e dos sistemas ar condicionado, projetos mais eficientes de iluminação, instalação de inversores de frequência, substituição de motores pouco eficientes, entre outros.
Além da redução do custo de energia, a migração para o Ambiente de Contratação Livre proporciona outros tipos de benefícios para as empresas do setor varejista, como por exemplo, a geração no Horário de Ponta. Tendo em vista que, no Mercado Livre de Energia, não há diferenciação de custo no Horário de Ponta, as empresas não têm a necessidade de operar, nesse período do dia, com gerador à Diesel. Isso proporciona não somente o benefício financeiro, como também ganhos operacionais, pois não há a necessidade de realizar o abastecimento dos tanques constantemente, e contribui para a diminuição de ruídos e gases poluentes.
Outro fator importante da migração para o Ambiente de Contratação Livre é o poder de alocação de energia entre unidades. Normalmente empresas do segmento varejista, até por estratégia comercial para estarem perto de seus clientes, possuem diversas unidades distribuídas dentro de sua área de atuação. Um dos benefícios do Mercado Livre de Energia é a possibilidade de negociar um contrato único de energia que atenda diversas unidades de consumo. Com isso, há a possibilidade de realizar estratégias de distribuição de energia entre unidades com o objetivo de alocar a energia onde seja possível maximizar o resultado em comparação com o Ambiente de Contratação Regulado, levando em consideração características técnicas das unidades consumidoras, como: tarifas da área de concessão, demanda contratada, fator de carga e características individuais de consumo.
Além dos pontos acima apontados, não podemos esquecer que o segmento varejista possui margens extremamente pressionadas, uma vez que a concorrência é muito agressiva e, com isso, a busca incessante por redução de custos é um fator fundamental para a sobrevivência das empresas.
Em suma, o Mercado Livre de Energia já se tornou um fator estratégico para a competitividade das empresas varejistas, proporcionando vantagens financeiras, operacionais e contribuindo para que os resultados sejam alcançados.