As perspectivas para 2022 considerando a atual cenário do setor elétrico brasileiro

Mariane Adão
  • 10/12/2021
  • 4 min de leitura

Em 2021 o setor elétrico brasileiro, infelizmente, marcou-se pela escassez hídrica com um alto risco de racionamento.

Para evitar possíveis blecautes, os órgãos responsáveis pelo setor elétrico tomaram ações como a criação da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) e dos mecanismos de redução de carga. Essas medidas, portanto, garantiram a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN) e o atendimento da demanda.

Hoje, no entanto, estamos em melhores condições com o aumento de chuvas nas principais bacias do SIN. Essa é uma das características que apontam para a transição de um período tipicamente úmido, dentro dos padrões usuais.

Tivemos também uma boa adesão de diversos agentes no Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD), que contribuiu para desestressar o sistema elétrico.

Porém, apesar dos aumentos das chuvas, a situação ainda requer atenção.

Na última reunião da CREG, por exemplo, o Operador Nacional do Sistema (ONS) alertou que a situação ainda não é de normalidade. Tendo em vista – principalmente – as atuais condições de solo, que se encontra bastante seco.

Portanto, haverá maiores dificuldades de transformação das chuvas em vazões, ou seja, em volumes significativos de água que chegam aos reservatórios.

Ações sugeridas para enfrentamento da crise hídrica no setor elétrico brasileiro poderão ser mantidas em 2022

Contudo, apesar das melhores expectativas de atendimento, deve-se acompanhar as medidas excepcionais para garantir a segurança do SIN e mitigar o risco de um racionamento no ano de 2022.

Algumas medidas sugeridas pela CREG são:

Flexibilização hidráulica 

A permanência de flexibilizações hidráulicas nas usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera no próximo período úmido, entre os meses de novembro/2021 e fevereiro/2022. Além disso, o conselho também propõe a operação flexibilizada para o horizonte a partir de março/2022. 

Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD)

Além das apostas nas medidas de flexibilização hidráulica, o ONS afirmou que poderá reabrir o Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD) a qualquer momento. Isso acontecerá caso seja identificada a necessidade de recursos adicionais à geração de energia, para atender a demanda até abril de 2022.

Fontes de energias renováveis

Os avanços de fontes de energia renováveis também ajudaram a enfrentar a crise hídrica, além disso, eles continuam com expectativa de expansão de geração para o próximo ano, principalmente no que se refere às fontes de energia eólica e solar.  

As usinas hidrelétricas e o setor elétrico brasileiro

As usinas hidrelétricas correspondem a 65,2% da matriz energética no setor elétrico brasileiro. Portanto, é importante destacar que as últimas análises realizadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) são positivas.

No que se refere às condições de atendimento até maio de 2022, as análises indicaram que o armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste em abril de 2022 deverá estar em 38,4% do máximo armazenável.

Representando um valor de 3,7% acima do nível verificado em 30 de abril de 2021.

Este resultado supera em 7,7% a projeção da última reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico).

Sendo assim, há perspectivas para 2022 mais confortáveis do que vivenciamos este ano no setor elétrico. Ademais, o risco de racionamento é relativamente baixo. Considerando a atual conjuntura, a sobreoferta em termos de potência instalada, podem-se manter os reforços de transmissão e a ações do governo. Nesse sentido, o governo deve se manter atento. Além disso, as instituições setoriais não podem deixar de se planejar para evitar ou, ao menos, minimizar circunstâncias como as deste ano.

Conte com a Ecom Energia nesse processo!

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