Não restam dúvidas de que o Brasil tem alto potencial para liderar conversas relacionadas às tendências ESG. Bem como garantir maior sustentabilidade e inovação para o setor elétrico no país.
Principalmente, quando falamos em mudança de atitude no combate às alterações climáticas. Diversificando assim a sua matriz energética com a ampliação do uso de energias mais limpas e sustentáveis.
Com uma matriz baseada nas fontes renováveis, que respondem por cerca de 85% da produção de eletricidade consumida no país, o Brasil deve se tornar um dos centros mundiais de investimentos ESG.
Essa tendência foi reforçada durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP26). E já tem feito empresas buscarem maior investimento em fontes renováveis para reduzir sua pegada de carbono.
Investimentos ESG e redução da pegada de carbono é um desafio para as empresas
Afinal, sem o consumo de renováveis, as empresas “gravam” em sua pegada de carbono cerca de 100 kg de dióxido de carbono (CO2), um dos gases de efeito estufa, a cada 1 MWh usado no Brasil.
Na Europa, por conta de uma matriz mais poluente, esse valor é 5 ou 6x vezes maior. Isso levará as multinacionais a investir cada vez mais no Brasil. Seja para reduzir sua pegada de carbono, seja para apostar em renováveis ou seja de olho no futuro com o hidrogênio verde e outra tendência ESG.

Os certificados de energia renovável ganham cada vez mais importância
Nesse cenário, ganharão ainda mais importância e credibilidade os chamados I-RECs (certificados de energia renovável). Cada REC equivale a 1 MWh de geração renovável injetada no sistema elétrico.
Para se ter uma ideia, de janeiro até o início de outubro de 2021, foram negociados 8 milhões de certificados internacionais de energia renovável. O dobro de 2020, que foi de 4 milhões desses papéis.
O Brasil conta atualmente com 244 usinas aptas a emitir RECs no Brasil. A fonte solar é uma das que contribuem para esses números.
Além dos I-Recs, as emissões de dívida de papéis como os Green Bonds, por exemplo, que têm impacto social e ambiental, também deverão ser outra tendência ESG em alta no setor elétrico.
Fontes eólicas e solares impactam avanço do mercado livre de energia
Isso coincide com as discussões sobre a ampliação do mercado livre de energia e sobre o avanço de fontes como eólicas e solares.
Em 2021, 63,5% da capacidade provinha de hidrelétricas e 11,2% das térmicas. Em 2030, a consultoria PSR estima que as hidrelétricas cairão para 52% e as térmicas manterão sua posição, enquanto outras fontes vão pular de 22% para 37%, salto liderado pelas usinas solares centralizadas, e com destaque também para as chamadas distribuídas – quando a geração é feita por várias pequenas usinas.