Cenário macroeconômico mundial 2022

Ecom
  • 06/10/2021
  • 3 min de leitura

A poucos meses do fim de 2021, é hora de muitas empresas começarem a trabalhar no orçamento de investimentos e despesas para o próximo ano. Nesse momento, portanto, é importante analisar como fica o cenário macroeconômico para 2022.

  • Como deve ficar a economia mundial em 2022?
  • Como ficam câmbio e inflação?
  • E como deve ser o cenário de financiamento para o setor elétrico no próximo ano?

Então, para saber mais sobre o assunto, conversamos com o economista Gabriel Galípolo. O especialista deixou recentemente a presidência do banco Fator e atualmente está à frente de sua própria consultoria. Ouça a entrevista completa no Giro Energia:

Confira alguns highlights do episódio sobre o cenário macroeconômico:

GIRO ENERGIA: Gabriel, como você enxerga o cenário para o Brasil nesse fim de ano? Além disso, como deve ficar a economia brasileira no início de 2022?

GABRIEL: Uma parte das atenções está voltada para os sinais que vêm dos Estados Unidos. Há sinais de que o banco central americano começaria a reduzir as compras de ativos este ano (tampering) se a economia evoluísse. Ao mesmo tempo, o plano de infraestrutura de mais de US$ 1 trilhão em investimentos do Joe Biden está começando a sair. Nesse sentido, isso pode ter impacto sobre o fluxo de recursos para nações emergentes e sobre a liquidez global. Portanto, na minha leitura, com a política dos EUA fiscal mais avançada, os juros podem cair.

Como isso reflete no Brasil?

Necessidade de prêmio maior lá tem impacto direto aqui, ou seja, desvalorização do real e aumento dos juros longos. Já vemos uma redução da liquidez no Brasil e projetos de infraestrutura que seriam licitados já começam a ver novas condições de liquidez. O cenário se torna mais difícil com essa mudança do cenário internacional, com a China também fazendo um processo de arrumação de sua economia. O governo chinês pretende fazer ajustes, o que também pode significar um ritmo de expansão menos acelerada. Vivemos juros de 2% ao ano, mais baixos da história, mas já vemos que isso ficou para trás e a rentabilidade dos projetos muda.

GIRO ENERGIA: Como fica a rentabilidade dos projetos? Como ficam os juros?

GABRIEL: O governo está financiando a dez anos em taxa nominal de 11%. Enquanto a meta de inflação está em 4%. Portanto, é difícil imaginar que alguém vai emprestar para infraestrutura menos que IPCA a 8,5%, isso para um bom tomador. Isso faz com que a rentabilidade seja mudada. Mas de outro lado a desvalorização cambial torna projetos de fusão e aquisição mais atraentes para investidores internacionais.

GIRO ENERGIA: Como fica o cenário do setor de energia?

GABRIEL: Traz preocupações em relação ao abastecimento e aos preços. É mais um fator de pressão sobre a inflação, que deve permanecer em patamares elevados em 2022.

Em conclusão, o cenário macroeconômico de 2022 mostra alguns desafios para as empresas. A inflação deve permanecer mesmo elevada? O câmbio pode seguir desvalorizado? A menor liquidez global vai demandar aumento da rentabilidade dos projetos? Ouça o Giro Energia e fique por dentro!

Conteúdo relacionado