Neste episódio do podcast Giro Energia, buscamos esclarecer as principais dúvidas sobre como migrar para o mercado livre de energia.
Quais são as empresas que podem ingressar, quais são os benefícios em escolher de quem comprar energia e por que a busca por migração tem crescido tanto ultimamente?
Esses são alguns dos tópicos que abordamos nesta entrevista com o Gerente da Gestão de Consumidores da Ecom Energia, Eduardo Bohn. Ouça o podcast para saber mais:
O que é o mercado livre de energia?
A comercialização de energia no Brasil acontece de duas formas: no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como mercado livre de energia.
O consumidor cativo é aquele que só pode comprar energia elétrica da concessionária responsável pela distribuição em sua região.
Em contrapartida, quando esse consumidor opta por trocar de modelo de contratação, como migrar para o mercado livre de energia, ele pode escolher de quem vai comprar a sua energia. Desta forma, ele passa a ter liberdade no fornecimento e deixa de ficar cativo das distribuidoras.
Principais dúvidas sobre migração
Confira algumas das dúvidas frequentes sobre a migração para o mercado livre de energia:
Quem pode migrar para o mercado livre de energia?
Atualmente, consumidores com demanda de energia acima de 500kW já têm como migrar para o mercado livre de energia.
Os consumidores com demanda entre 500 kW e 1.500 kW podem contratar apenas de fontes incentivadas, ou seja, que recebam estímulos, como solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa.
Já os consumidores com demanda igual ou superior a 1.500 kW são livres para contratar o fornecimento a partir de qualquer fonte.
Quais são os benefícios em migrar para o mercado livre de energia?
Com essa opção de escolherem o fornecedor, as empresas que optam pela migração podem selecionar prazos e preços mais vantajosos que no mercado cativo.
Além disso, elas ficam livres da cobrança de alguns encargos e, também, são isentas das bandeiras tarifárias. Ou seja, elas passam a ter maior previsibilidade nos gastos com energia, que é um insumo cada vez mais expressivo nas atividades comerciais e industriais.
Portanto, uma estratégia como migrar para o mercado livre de energia deixou de ser apenas uma opção e se transformou em um fator determinante para aumentar a competitividade no mercado.
Pode faltar energia na minha tomada?
Uma das principais dúvidas sobre como migrar para o mercado livre de energia é a respeito do fornecimento da energia elétrica. A maioria dos empresários que consideram a migração tem receio de “faltar energia na tomada.
Porém, isso é um mito, pois a empresa continuará pagando “o fio” para a distribuidora. Ou seja, a responsabilidade pela qualidade do serviço de distribuição da energia elétrica continua sendo da distribuidora local, independente de qual fornecedor o consumidor escolher para comprar a energia.
Ademais, no mercado livre de energia, se firma um contrato bilateral com uma comercializadora, o qual tem direitos e deveres. Com isso, o consumidor continua tendo de receber energia de qualidade sem interrupções.
O que fazer se sobrar energia no contrato?
Mais uma dúvida comum é sobre o excedente de energia. Geralmente, as contratações no ACL são feitas para o longo prazo. Ou seja, firmam-se contratos de 2, 3, ou até 5 anos, a fim de fixar preços e reduzir riscos.
Com isso, o consumidor pode ter energia sobrando em seu contrato. E, quando isso acontece, é possível vender essa energia que não foi consumida no mercado de curto prazo.
Inclusive, essa é outra vantagem que o consumidor livre tem, pois ele pode, por exemplo, obter receita adicional com a venda dessa energia. Enquanto no mercado regulado, não existe essa opção.
O crescimento da migração
A migração para o mercado livre de energia tem sido liderada por empresas de menor porte e de menor carga. Essas consumidoras estão interessadas em reduzir seus gastos com energia.
Portanto, esse movimento deve continuar crescendo nos próximos meses, devido a busca por vantagens competitivas. Em outras palavras, quanto mais empresas aderirem ao ambiente de contratação livre, maiores são as chances de seus concorrentes estarem pagando mais barato pela energia.
Dessa forma, além das dúvidas frequentes sobre como migrar para o mercado livre de energia, ficam ainda algumas perguntas: o governo continuará abrindo o mercado de energia? A abertura chegará à baixa tensão? Quando isso ocorrerá? Vale a sua reflexão.
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