Mercado de gás natural: o início da livre comercialização no Brasil

Ecom
  • 19/10/2021
  • 3 min de leitura

Nesses últimos meses, o mercado de gás natural tem visto os primeiros contratos de consumidores livres no Brasil. Ou seja, indústrias consumidoras do insumo já começaram a negociar livremente. Isso é um sinal de que a esperada abertura do mercado já começa a ocorrer!

Para saber mais sobre o andamento do mercado livre de gás natural, conversamos com três especialistas na área. Ouça o que cada um deles tem a dizer, neste episódio do Giro Energia:

Highlights deste podcast sobre o mercado de gás natural

O surgimento desses primeiros contratos de consumidores livres é uma novidade importante a ser observada. Quem explica é Rodrigo Machado, sócio da área de energia do Madrona Advogados.

GIRO: Estamos vendo o surgimento do mercado livre de gás com os primeiros contratos de indústrias sendo firmados?

RODRIGO: É, realmente, uma novidade. Estamos vendo o início da operacionalização do mercado livre de gás natural para a indústria. Há mais de dez anos, já existia a figura de consumidor livre, havia autorizações para importar, estados criaram legislações. Mas agora estamos, depois da lei do gás do ano passado, e do plano de desinvestimento da Petrobras, com ela vendendo sua participação na área, vemos uma mudança no cenário. Além disso, o cenário macroeconômico também acaba pesando nessa equação. Com isso, acredito que esse movimento se acelere nos próximos anos.

Os primeiros contratos do mercado livre estão surgindo na região Sudeste. Por quê? Quem explica é Rivaldo Moreira, CEO da Gas Energy.

GIRO: Estamos vendo o surgimento do mercado livre de gás com os primeiros contratos de indústrias sendo firmados no Sudeste. Isso é uma tendência?

RIVALDO: O sudeste agrega as maiores indústrias do país e tem maior conexão à malha de gasodutos. Então é natural que vejamos esse movimento nos estados do Sudeste. Os consumidores livres estão surgindo, o que é um fato bastante positivo. Por outro lado, ainda há algumas barreiras, como a questão do livre acesso aos terminais de escoamento, bem como a previsibilidade das tarifas de transporte. As legislações estaduais são outra barreira, uma vez que não há padronização entre todos os estados em relação ao mercado livre. Mas, por exemplo, a Bahia, que é um dos maiores consumidores de gás do país, começou a trabalhar sua regulação e poderá ser uma grande novidade.

Conclusão

Enfim, pelo que pudemos ouvir, assistimos nesse momento à operacionalização do mercado livre de gás natural para as indústrias. Os primeiros sinais são promissores, mas ainda existem diversas barreiras.

Em seguida, como ficará o livre acesso aos gasodutos e terminais de escoamento? Além disso, como ficará a tarifa de transporte? Ademais, quando serão realizadas as chamadas públicas dos gasodutos? E será que os primeiros contratos serão bem-sucedidos?

Vale a sua reflexão. Esse foi o Giro Energia, o podcast sobre o setor energético, patrocinado e desenvolvido pela Ecom Energia. Até breve!

Conteúdo relacionado