Como o setor elétrico pós-pandemia se moldará à luz das incertezas atuais?

Ecom
  • 24/06/2020
  • 3 min de leitura

A pandemia trouxe algumas incertezas para quem está no setor de energia. Assim como a retomada do consumo, a inadimplência do mercado, o socorro financeiro às empresas e o avanço do mercado livre de gás natural.

Para conseguir entender quais são os possíveis caminhos desse novo e inédito cenário, o Giro Energia conversou com David Zylbersztajn, primeiro diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e condutor das privatizações no Estado de São Paulo na década de 90.

E convidou também José Luiz Alquéres, conselheiro da Enauta, Energisa e Grupo Monteiro Aranha, a fim de trazer algumas perspectivas sobre o setor elétrico pós-pandemia.

Quais são as perspectivas e novos os caminhos para o setor elétrico pós-pandemia?

A retomada dependerá de investimento direcionado ao tema da sustentabilidade e redução da desigualdade. Assim como, os projetos de infraestrutura terão de tocar nesses pontos, destaca José Luiz Alquéres.

Acredito que a retomada vai depender de atitude forte de investimento do governo direcionado ao tema sustentabilidade e redução da desigualdade. Os projetos de infraestrutura terão de focar nisso. Eu imagino que uma retomada deve levar três anos”, aponta o executivo.

David Zylbersztajn, participou do bate-papo e colocou alguns pontos em destaque. Na década de 90, ele conduziu o processo de privatização do setor elétrico no Estado de São Paulo, tendo ao seu lado como seus assessores grande nomes, como Wilson Ferreira Junior e Eduardo Bernini. O diretor teve papel relevante no racionamento de energia elétrica em 2001, e hoje em dia é presidente do conselho da Light.

Sobre a retomada do consumo no Brasil, o executivo saliente que ainda existem muitas dúvidas: “Quando termina a pandemia? Como as pessoas se comportarão depois de terminada a pandemia, como ficará o trabalho nos escritórios e como ficará a renda?

Quais são as profissões que irão prevalecer. Os efeitos econômicos ainda não são conhecidos, mas é provável que muitas empresas não sobrevivam. Como ficará a renda da população? Isso poderá ter um impacto sobre a inadimplência e sobre as empresas“, relata. Portanto, é preciso cautela.

O que esperar para os próximos meses?

Ainda há várias incertezas no horizonte de curto, médio e longo prazo, mas a pandemia deverá forçar as empresas e os consumidores a repensarem a forma de atuar.

As empresas precisam ser cautelosas nos próximos meses diante de um consumidor ainda retraído. Pois, o impacto sobre o mercado regulado pode ser maior, se acaso a pandemia continue causando vítimas.

A princípio, a agenda de privatizações e o mercado livre de gás natural deverão permanecer envoltos em incertezas. A precificação dos ativos e do gás se torna ainda mais desafiadora no cenário atual. Sendo assim, a palavra de ordem é sobrevivência.

O conteúdo completo, com todas as entrevistas na integra você pode escutar no podcast do Giro Energia. Separe os fones de ouvido e venha saber mais!

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