Um dos assuntos mais importantes do setor energético que envolve comercializadoras, consumidores e até a B3, que criou recentemente um selo de confiança para o mercado físico de energia, é a gestão de riscos no mercado livre de energia.
Ao propósito de falar sobre o tema a partir de diferentes pontos de vista, Ana Beatriz Vieira de Mattos, superintendente de Novos Negócios da B3, e Marcio Sant´Anna, sócio-diretor da Ecom Energia foram entrevistados pelo Giro Energia, podcast da Ecom, a fim de mostrar as percepções profissionais sobre o assunto. Nós redigimos o tema e te convidamos para continuar a leitura e se inteirar sobre a gestão de riscos. Confira!
Selo de confiança da B3 para o setor de energia
Em dezembro do ano passado, a B3 lançou um selo de confiança para o mercado físico de energia. A criação do selo foi feita para proporcionar maior transparência sobre o risco de contraparte nas negociações de contratos de compra e venda de energia elétrica, por exemplo. Dessa maneira, ele conta com uma metodologia própria de avaliação que permite identificar o risco inerente a cada agente do mercado livre de energia.
De acordo com Ana Beatriz Vieira de Mattos, superintendente de Novos Negócios da B3, a intenção é que consumidores, comercializadoras e geradores tenham ferramentas de análise de risco de contraparte nas negociações de compra e venda de energia. “O objetivo é indicar o nível de exposição de cada agente nesse mercado. Além disso, a confiabilidade das informações utilizadas para o cálculo de exposição, por exemplo”, explica.
Para chegar à proposta atual, a B3 passou pelo processo de entendimento do mercado de energia e quais eram as principais demandas do setor. “O selo vem tentar cobrir parte dessas questões e seus desafios. Isso vem ao encontro do nosso desejo de fazer a caminhada para os derivativos listados, os futuros de energia elétrica, com Clearing”, avalia Ana Beatriz.
Gestão de riscos no mercado livre de energia demanda constantes aperfeiçoamentos
Márcio Sant´Anna, sócio-diretor da Ecom Energia alerta que a gestão de riscos é um dos pontos que demanda aperfeiçoamentos constantes, em especial com a chegada do PLD Horário, pois o impacto no preço agora é mais rápido. “Não houve grande mudança do risco com o PLD Horário. O que vemos hoje é um efeito imediato no preço. Antes, se houvesse um problema na geração no começo da semana, por exemplo, o impacto chegava só na sexta-feira. Hoje é mais rápido”, avalia.
O executivo pontua que a metodologia para gerir risco não mudou. No entanto, a diferença está na experiência do front nessa gestão, que deve ter o olhar afiado na busca por oportunidades que vão garantir competitividade aos clientes. “O consumidor livre tem contratos de longo prazo, de três ou quatro anos, que travam seu benefício frente ao mercado regulado. No entanto, é no mês a mês, com a inteligência da comercializadora, que a gente busca ganhos mensais. Os resultados podem alcançar até 30%, dependendo do momento”, explica o executivo.
Você também pode conferir essa entrevista em áudio através do nosso podcast, Giro Energia.