Evolução da matriz energética brasileira atual

Ana Luiza Almeida
  • 26/03/2021
  • 3 min de leitura

Muitos são os temas prioritários referentes à modernização do Setor Elétrico e, dentre eles, podemos trazer à baila a evolução da matriz energética brasileira atual. Em um passado não muito distante, grande parte da geração de energia no Brasil era proveniente da exploração de fontes fósseis, como o carvão e o petróleo. Esse padrão mudou nas últimas décadas, se descarbonizando e expandindo, com a preferência pela geração por outras fontes de energia.

A demanda crescente por energia elétrica no país, especialmente por conta da atual abertura do mercado livre de energia, mesmo que gradual, está proporcionando a participação massiva de fontes renováveis variáveis, como hidrelétricas a fio d’água, eólicas e solares fotovoltaicas. Essa característica leva à necessidade de utilização das diferentes fontes de energia de maneira integrada, a chamada complementariedade, para garantir a segurança de suprimento.

Nesse sentido, devem ser consideradas as potencialidades das diversas fontes que compõem a matriz energética brasileira atual, bom como novos mecanismos que permitam um desenvolvimento sustentável e baseado em novas tecnologias.

O que se espera da evolução da matriz energética?

Tanto as entidades setoriais como o próprio mercado de energia brasileiros buscam essa evolução da matriz energética ao, por exemplo, prever leilões de energia com limitação do Custo Variável Unitário (CVU) dos empreendimentos térmicos participantes, com objetivo de substituir usinas mais caras, poluentes e pouco eficientes por outras ambientalmente mais adequadas; atualizar o marco regulatório do gás natural para fomento desse mercado; possibilitar a contratação de reserva de capacidade a fim de assegurar a confiabilidade do sistema a partir de geração de potência de base; criar condições para implementação de usinas híbridas e armazenamento de energia etc.

Tendo em vista o lado da carga, também podemos encontrar ações que visam o mesmo fim, a evolução da matriz energética, mesmo que indiretamente, como os programas de resposta da demanda; a possibilidade de produção própria de energia pelo consumidor por meio de sistemas de geração distribuída; o uso consciente da energia com preferência por fontes limpas ou escolha de implantação de projetos de eficiência energética.

No contexto das mudanças climáticas, o aperfeiçoamento da matriz energética brasileira atual caminha pari passu, buscando proporcionar instrumentos que diminuam os impactos ambientais, valorizem os potenciais energéticos de cada regionalidade, com seus atributos, e fortaleçam a integração do setor energético.

No entanto, não se pode desconsiderar a extensão territorial, as peculiaridades do Sistema Interligado Nacional (SIN) e as condições socioambientais do país. Elas podem tornar mais difícil e complexa a convergência das expectativas dos diferentes players setoriais, quer sejam eles os formuladores de políticas públicas ou de regulação, operadores do mercado, investidores, geradores ou consumidores de energia, diante da variedade de soluções apresentadas para a constante evolução da nossa matriz energética.

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