Matriz energética mundial e brasileira: potenciais de geração de energia renovável

Ecom
  • 23/03/2023
  • 6 min de leitura

O Brasil possui um enorme potencial para gerar energia renovável. De acordo com o Balanço Energético Nacional 2022 (BEN), a matriz energética brasileira é composta aproximadamente por 78% de fontes renováveis, contra uma média mundial que beira os 29%, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).

No entanto, mesmo que tenha o recurso energético para liderar o mundo, o Brasil ainda precisa descobrir o próprio caminho para a transição energética. Por isso, veja a seguir quais são as fontes mais promissoras no momento para esse feito, além do panorama elétrico mundial e brasileiro.

Matriz elétrica e matriz energética são a mesma coisa?

Dando alguns passos para trás, é importante conceituar a diferença entre a matriz elétrica e energética.

A matriz energética diz respeito às fontes de energia envolvidas no dia a dia das pessoas, em tudo o que fazem. Seja no preparo da comida, na temperatura e iluminação das casas ou no combustível para os carros, por exemplo.

Já a matriz elétrica fala especialmente das fontes ligadas à geração de eletricidade. Por isso, tem relação com a transformação de fontes primárias em energia elétrica, por meio da energia potencial gravitacional, térmica ou cinética. Sendo assim, a matriz elétrica faz parte da matriz energética, mas elas não revelam o mesmo dado. Vamos começar pelo Brasil.

Perspectivas renováveis da matriz elétrica brasileira

Em 2021, devido à queda da oferta hidráulica, o Brasil decaiu na renovabilidade – a razão entre a quantidade de energia renovável e a energia total em uma indústria.

O BEN 2022 demonstrou que a participação de renováveis na matriz elétrica brasileira em 2021 atingiu 78,1%, contra 83,8% apontados em 2020. A compensação desse movimento foi realizada pelo aumento da geração termelétrica, principalmente a gás natural – uma fonte não-renovável.

Nesse sentido, a geração hidráulica permaneceu no topo, mas reduziu de 64,4% em 2020 para 56,8% em 2021. Mais de 15 TWh adicionais em relação a 2021 se devem à evolução da geração eólica. Ademais, a geração solar trouxe boas notícias, pois cresceu em 55,9%, com alta participação da geração distribuída.

Do mesmo modo, saltando para 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que as usinas solares centralizadas e eólicas responderão por mais de 90% da ampliação na capacidade de geração do Brasil. Além disso, as expectativas de crescimento para a geração distribuída são altas, principalmente a partir da fonte solar fotovoltaica.

Você pode acompanhar mais sobre a expansão da oferta de geração de forma atualizada nos painéis interativos da ANEEL.

Veja como a matriz elétrica brasileira é composta.

Oferta de energia elétrica por fonte - Brasil
Fonte: BEN 2022

Ainda é possível apontar como tendência as usinas híbridas, que permitem a diminuição das interrupções e a otimização de recursos, já que uma fonte pode suprir a falta temporária da outra – amenizando os prejuízos devido a intermitência das renováveis.

Dados mundiais relevantes

Quando ouvimos sobre a transição energética e comparamos a oferta mundial de energia por fonte, notamos a urgência do tema. Afinal, as três maiores delas ainda são não-renováveis: o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.

Oferta de energia por fonte - Mundo
Fonte: BEN 2022

Ao observar a Oferta Interna de Energia (OIE) notamos quais países mais necessitam da energia para movimentar sua economia. Veja como ela é distribuída pelo globo, de acordo com o BEN 2022.

Oferta de energia por região - Continentes
Fonte: BEN 2022

Pensando nisso, além do nosso, para quais outros países podemos voltar os olhos e encontrar esperança para implementar a energia verde?

Perspectivas renováveis em demais países

Nesse aspecto, a EY Energy & Resources destaca que “o armazenamento de energia mais sofisticado ou a capacidade de geração de energia convencional serão essenciais para superar a natureza intermitente das fontes renováveis de energia, e espera-se que as redes inteligentes estejam no centro deste cenário energético mutável.”

Nesse sentido, as 5 primeiras posições do Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI) 2022 são os Estados Unidos, a China, a Alemanha, o Reino Unido e a França. No entanto, podemos destacar outros 3 países que estão caminhando numa direção assertiva com relação à energia verde na prática.

O Marrocos, por exemplo, deseja gerar 52% de sua energia a partir de fontes renováveis até 2030 e 80% até 2050. Buscando pelo hidrogênio verde e se destacando na energia solar, o país tem encontrado grande apoio governamental e atingido os preços mais baixos para as renováveis no mundo, com incríveis menos de três centavos de dólar por quilowatt-hora no setor eólico.

O Chile também está numa boa rota. Em 2020 o país já produzia 50% de sua energia a partir das renováveis, e almeja chegar até os 70% em 2030. Uma de suas inovações estabelecidas são os leilões, pois neles “os fornecedores de eletricidade podem participar de licitações por contratos em quatro blocos de fornecimento – 24 horas por dia, 7 dias por semana, trimestral, diurno e noturno”. Ainda, o país deseja descarbonizar a indústria de mineração, e para isso tem encontrado solução na implementação do hidrogênio verde, ainda sendo estudada.

Por fim, citamos Portugal. O país já se destaca nas áreas de eólica e hidráulica, mas atualmente vem batendo recordes mundiais para o preço mais baixo da tarifa solar – após anos de investimento em placas solares fotovoltaicas. A EY ainda pontua: “Mantendo sua abordagem inovadora das energias renováveis, o leilão de Portugal 2021 destinou 263MW de PV [fotovoltaica] flutuante em sete represas. Na trajetória atual, impulsionada por 12GW de projetos solares já em pipeline, espera-se que o mercado atinja 80% de sua produção de eletricidade a partir de energia verde até 2030.”

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