Em 2020, no Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões segundo levantamento feito pela Morningstar e pela Capital Reset. Essa tendência tem se consolidado por todo o mundo, e uma das resoluções que andam de acordo com esse viés é o mercado de carbono.
Nesse mercado, a moeda são os créditos de carbono. Seu conceito surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, firmado em 1997. Um crédito corresponde a uma tonelada de carbono que deixou de ser emitido para a atmosfera, ajudando países e empresas a reduzir a geração de gases do efeito estufa.
Sendo assim, produzir de maneira mais sustentável, com uso racional de recursos é indispensável. Entenda neste artigo, como funciona a geração de créditos, bem como é possível atestar suas ações de responsabilidade ambiental. Acompanhe!
Como funciona o mercado de créditos de carbono?
Quando uma organização gera um crédito de carbono, ela recebe uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O MDL é um meio de flexibilização criado pelo Protocolo de Kyoto para auxiliar o processo de redução de captura de carbono pelos países desenvolvidos. O que, por sua vez, colabora com a mitigação dos impactos climáticos.
Esse mecanismo visa alcançar o desenvolvimento sustentável desses países, a partir da implantação de tecnologias mais limpas. Isso porque possuem maior responsabilidade ambiental devido a quantidade considerável de carbono que emitem.
De acordo com a Sustainable Carbon, especialista no desenvolvimento de projetos de redução na emissão de gases de efeito estufa (GEE), “empresas que possuem um nível de emissão muito alto e poucas opções para a redução podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões. Assim, elas indiretamente ajudam a manutenção do projeto de redução e, além de equilibrar o nível de emissões de GEE na atmosfera, contribuem para o desenvolvimento sustentável de comunidades pobres.”
De maneira prática, no mercado de carbono, os países e empresas que emitem mais gás carbônico, poluindo a atmosfera, têm de pagar mais. Em contrapartida, aqueles que reduzem as emissões, poluindo menos, ganham dinheiro por isso. Ou seja, os créditos que estão disponíveis para serem comercializados aos países que não alcançaram suas metas.
Por funcionarem como uma moeda, os créditos de carbono sistematizam as transações feitas. Assim, essa ação passa a acelerar a conservação ambiental, uma vez que esse mercado está em todo o mundo. Em cada país os créditos são regulamentados por uma legislação. No Brasil, por exemplo, a regulamentação é feita por meio do Decreto nº 5.882 de 2006.
Aderindo ao mercado de créditos de carbono
Uma das formas de colaborar com a descarbonização da economia é a partir de soluções sustentáveis, a fim de minimizar os impactos causados. Dessa maneira, substituindo práticas poluentes pelas práticas limpas, a redução é calculada, gerando assim os créditos.
Alguns exemplos de ações que colaboram para esse fim são:
- Campanhas de consumo consciente
- Redução do desmatamento
- Uso de fontes energéticas renováveis
Pensando em soluções energéticas sustentáveis temos a energia solar. Esse sistema é extremamente benéfico, pois além de limpo, seu custo de manutenção é baixo. É possível implementar essa solução por meio da instalação de painéis para captação, que são muito duráveis, ou comprar energia gerada por essa fonte.
Ainda nas soluções relativas à autoprodução de energia, temos a energia eólica. Esta é excelente, isso porque o vento é regular a médio e longo prazo, e está presente em quase todo lugar. A captação de energia pode funcionar o dia todo, diferentemente da solar.
Outra tendência muito comentada é o hidrogênio verde, de potencial gigante para o setor elétrico brasileiro. O combustível do futuro é versátil e tem atraído olhares por todo o globo. Segundo estudos da Bloomberg, o Brasil tem todos os recursos para ser o país líder em hidrogênio verde e produzir o combustível mais barato no planeta, nessa categoria. Sendo essa extração de hidrogênio ainda mais competitiva que a cinza, obtida pela queima de combustíveis fósseis.
Camila Ramos, fundadora da Clean Energy Latin America (CELA), aponta que o hidrogênio verde tem o potencial de representar de 12 a 24% da demanda de energia do mundo. Ouça mais sobre o boom do hidrogênio verde em nosso podcast.
Atestando sua responsabilidade social
Numa atualidade repleta de notícias falsas, não raro vemos muitas empresas cometerem o greenwashing. Isto é, aparentar uma realidade sustentável ao divulgar resultados e práticas ligados a sustentabilidade, sem provas. Essa prática é ilegal, pois se enquadra como publicidade enganosa, de acordo com o artigo 37 da Lei nº 8.078/1990, previsto no Código de Defesa do Consumidor.
O risco de “maquiar” ações ESG apontam para a descredibilização da empresa, uma vez que essa atuação pode levar consumidores e investidores ao erro. Portanto, não basta falar sobre, é preciso comprovar que as ações estão sendo aplicadas na prática.
Uma maneira de estabelecer essa comprovação se dá pelo International Renewable Energy Certificate (I-REC), um certificado global de uso de energia limpa. Essa declaração é uma forma de rastrear a energia renovável do ponto de geração até o consumidor final. Assim, a empresa pode divulgar aos seus clientes e fornecedores o compromisso da empresa com a sustentabilidade.
Cada certificado é a prova de que 1 megawatt-hora foi injetado no Sistema Interligado Nacional, a partir de uma fonte de geração de energia renovável – seja ela por energia eólica, solar, por biomassa entre outras.
O planeta precisa de mais iniciativas ecológicas, o mercado e os consumidores têm sido cada vez mais exigentes nessa área. Por isso, viabilize o cumprimento de metas, evidencie seus investimentos em sustentabilidade e reduza a pegada de carbono de sua empresa a partir do Certificado de Energia Renovável.
Veja como os impactos ambientais podem ser minimizados quando as medidas corretas são tomadas, a começar pelo consumo de energia. Disponibilizamos diversas oportunidades e dicas para reduzir as emissões de CO2 de sua empresa, em nosso white paper “ESG para empresas”. Baixe agora!