Relatório GWEC aponta Brasil entre os emergentes na recuperação verde com energia eólica

Ecom
  • 18/03/2022
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Brasil, Índia, México, Filipinas e África do Sul estão entre os países emergentes com alto potencial eólico no mundo. Foi o que revelou o mais recente relatório GWEC do Conselho Global de Energia Eólica. Entre os tópicos abordados, o documento fala sobre oportunidades de recuperação verde a partir de empreendimentos da fonte. 

Trata-se de um potencial de quase 20 GW de instalações adicionais de energia eólica a cada ano a partir de 2026 nessas localidades. Muito mais do que a econômica no cenário pós-pandemia, esse cenário indica avanço significativo na recuperação verde do planeta. 

O documento também mostra que medidas nesse sentido seriam capazes de gerar 2,23 milhões de empregos  nos cinco países, ao longo de uma vida útil de 25 anos de projetos eólicos. Além disso, nesse período ainda seria possível evitar a emissão de 714 milhões de toneladas métricas de CO2

A projeção dos números considera ações que poderiam ser implementadas nos próximos cinco anos (2022 a 2026). 

Energia eólica impulsionaria recuperação verde, empregos e redução de emissões de carbono

Por meio de uma abordagem de negócios diferente da tradicional, avalia-se que em torno de um quarto dos 575 mil empregos verdes projetados poderiam ser criados no Brasil por parques eólicos. Além disso, haveria oportunidade também de gerar US$ 8 bilhões adicionais de valor adicionado bruto (VAB) à economia no cenário de recuperação verde.

O número projetado é 40% menor entre 2022 e 2026 em termos de redução de emissões de carbono na atmosfera. Isso, de fato, ajudaria o cumprimento das metas  brasileiras de emissão zero. Ademais, acelerar investimentos na fonte pode fortalecer a resiliência de sistema elétrico foi outro ponto destacado no estudo. 

Potencial eólico offshore é tecnologia-chave no combate às mudanças climáticas

  • O mundo instalou 6,1 GW de energia eólica offshore em 2020, liderada pela China;
  • Após ano recorde em 2019, 2020 foi o segundo ano mais alto para instalações eólicas offshore. Isso tudo, mesmo com as interrupções da COVID-19;
  • A energia eólica offshore tem o maior potencial de crescimento de qualquer tecnologia de energia renovável. No entanto, o ambiente político precisa melhorar rapidamente para que ela atinja as metas internacionais Net Zero;
  • Atualmente, a energia eólica offshore representa apenas 2% do que o mundo precisa para chegar a zero líquido até 2050;
  • De acordo com o relatório GWEC, 235 GW de nova capacidade eólica offshore serão instalados na próxima década sob as políticas atuais. Essa capacidade é sete vezes maior do que o tamanho atual do mercado. Além disso, esse montante representa um aumento de 15% em relação às previsões do ano anterior;
  • Um grupo crescente de países identificou a energia eólica offshore como uma tecnologia-chave para atingir as metas climáticas. Mas os governos agora precisam acompanhar os compromissos e trabalhar com a indústria para permitir que o investimento aumente rapidamente.

O potencial da energia eólica brasileira

Com 80% dos parques eólicos instalados na Região Nordeste, o Brasil já se destaca na 7ª posição no ranking mundial de capacidade instalada da fonte. Ou seja, estamos falando do tamanho da indústria de 21,03 GW; e mais 4,9 GW de capacidade em construção. Entre 2011 e 2020, os investimentos no setor foram da ordem de US$ 35,8 bilhões. 

É importante entender que o Brasil possui um dos maiores índices de energia renovável em sua rede. Esse número gira em torno de 49%, em contraste com a média mundial de 15%. Esse cenário demonstra uma realidade muito diferente de outras geografias: o país tem vastos recursos renováveis à sua disposição para a produção de energia. 

Dada a abundância de recursos, o Brasil pode se dar ao luxo de implementar novas tecnologias de acordo com a disponibilidade e, sobretudo, a competitividade.

Hoje, existem mais de 40 projetos eólicos offshore em avaliação pelo IBAMA. Em abril de 2020, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgou um estudo que mostra que o Brasil tem cerca de 700 GW de potencial eólico offshore a ser explorado. O documento trata ainda dos desafios domésticos relacionados ao meio ambiente, investimentos, desenvolvimento tecnológico e infraestrutura.

Tais desafios e oportunidades envolvem criação e adaptação de uma cadeia de suprimentos eólica offshore especializada. Além disso, o desenvolvimento de uma estrutura, conexão com a rede e outros itens que irão guiar interessados ​​em desenvolver a tecnologia no país. 

Segundo um relatório do Banco Mundial, o potencial eólico offshore na Região Nordeste pode alcançar 1.200 GW.

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