Consumidor livre e autoprodutor de energia elétrica

Ecom
  • 15/09/2021
  • 6 min de leitura

A autoprodução de energia, realidade até então de um grupo seleto de consumidores, vem conquistando o interesse de cada vez mais empresas no Brasil. E este é um tema que deverá continuar em alta nos próximos, diante do cenário que combina crise hídrica, alta de custos e encargos e apelo sustentável. A modalidade tem se difundido entre consumidores livres de todos os portes, como medida para reduzir custos, ter maior segurança no suprimento, previsibilidade de preços e, como resultado, aumentar a competitividade. Quer saber mais sobre como um consumidor pode se tornar um autoprodutor de energia elétrica e conhecer os benefícios dessa opção? Então, continue a leitura.

O que é um autoprodutor de energia elétrica?

O autoprodutor de energia elétrica nada mais é do que o consumidor que opta por investir na geração da sua própria energia. Isso pode ser feito a partir da aquisição ou da construção de usinas. Como resultado, o autoprodutor pode utilizar essa energia gerada para suprir parcialmente ou totalmente sua demanda do insumo. Além disso, caso a autoprodução ultrapasse o volume de consumo, o autoprodutor de energia elétrica poderá vender o excedente. Porém, para isso ele deverá ter registro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Quem pode ser autoprodutor de energia elétrica?

Para ser um agente “autoprodutor de energia elétrica” o consumidor precisa, necessariamente, operar no Ambiente de Contratação Livre (ACL). Ou seja, deve ter uma demanda contratada mínima de 500kW, entre outras exigências para se tornar um consumidor – livre ou especial – de energia. O consumidor que ainda opera no mercado regulado, ou cativo, e quer autoproduzir sua energia, tem duas opções: migrar para o mercado livre de energia ou investir em geração distribuída.

Como autoproduzir energia?

Antes de mais nada, o consumidor que deseja autoproduzir a sua energia, deverá investir em usinas. Essas unidades de geração, no entanto, não necessariamente precisam estar localizadas no mesmo local onde a energia será consumida. Ou seja, o autoprodutor de energia elétrica pode construir uma usina na sua própria planta ou adquirir usinas localizadas em outros endereços. Nesse sentido, existem basicamente dois tipos de soluções disponíveis para autoproduzir energia elétrica, são elas:

Produção in situ

É quando a central geradora se encontra no mesmo local em que a energia é consumida. Neste caso, não há necessidade de utilização do Sistema Interligado Nacional (SIN) para o transporte da energia elétrica. Portanto, a produção de energia in situ, também conhecida como contígua, não gera cobrança de encargos referentes ao uso da rede de distribuição. Ou seja, não há cobrança de encargos setoriais, de TUSD e TUST ou CFURH, por exemplo. No entanto, o autoprodutor de energia na modalidade contígua ainda fica sujeito a taxas de geradores, como a Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE).

Essa é uma modalidade bastante comum em indústrias geradoras de resíduos que podem ser utilizados como combustível em usinas termelétricas, por exemplo. É o caso de fábricas de papel e celulose, como a nossa cliente Valpasa. Inclusive, neste Ecom Talks, o Alysson da Valpasa conta sobre o projeto de autogeração in situ da empresa.

Produção remota

Quando se produz a energia em local diverso do consumo, então a modalidade se chama produção remota. Neste caso, é comum a construção de parques eólicos ou solares para gerar a energia. Ao contrário da produção in situ, na modalidade remota ainda é necessário utilizar o serviço da distribuidora local para transportar a energia até a unidade consumidora. Portanto, quando ocorre a autoprodução remota, o empreendimento tem a incidência de encargos setoriais, tais quais: Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Conta Proinfa das Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST). Também há a incidência do Encargo de Energia Reserva (EER) e Encargo de Serviços do Sistema – Segurança Energética (ESS-SE), que são cobrados pela CCEE.

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Quais são os benefícios em se tornar um autoprodutor de energia elétrica?

São muitos os benefícios da autoprodução de energia. Afinal, não é à toa que essa modalidade está atraindo cada vez mais interessados em nosso país. Em seguida, confira as principais vantagens:

Redução de custos

Sem dúvida, o primeiro grande benefício percebido pelo autoprodutor de energia elétrica é a redução de custos. Ou seja, garantir energia mais barata com economia em encargos, principalmente os referentes à contribuição da CDE. Isso é ainda mais importante para empresas no Sudeste, onde os encargos são maiores. Nesse caso, a redução no preço oscila entre R$ 30 e R$ 50 por MWh, em média.

Segurança

A autoprodução de energia também proporciona uma proteção (hedge) ao risco de preço e garante o suprimento energético. Por isso essa prática é tão comum entre empresas eletrointensivas, ou seja, que são muito sensíveis ao insumo energia elétrica.

Rentabilidade

Como comentamos anteriormente, quando a geração superar o consumo, o autoprodutor de energia elétrica poderá vender o excedente. Essa alternativa gera, portanto, uma oportunidade de renda extra para a empresa.

Apelo sustentável

Com a adesão de boa parte do mundo corporativo ao conceito de ESG, a busca por energia de fontes renováveis também aumentou. Então, a companhia autoprodutora de energia pode criar uma política interna própria de produção e consumo de energia elétrica com apelo sustentável. Portanto, a possibilidade de gerar e consumir energia limpa também é um benefício importante da autoprodução.

Saiba mais sobre autoprodução de energia

O movimento rumo à autoprodução se intensificou nos últimos três anos, quando geradores e grandes consumidores passaram a costurar acordos de sociedade em parques eólicos e solares. Essas negociações, atreladas a contratos de longo prazo, além de remunerarem os empreendedores, garantem recebíveis e facilitam a financiabilidade dos projetos. Por outro lado, os preços baixos das fontes renováveis também despertam o interesse dos consumidores em firmar os PPAs de longo prazo. Foi então o casamento perfeito.

Além disso, os juros baixos têm atraído empresas a investirem. Da mesma forma, os bancos e o mercado de capitais estão também abrindo espaço para o financiamento de projetos, já que a maioria deles é de fonte renovável.

Para saber mais sobre a autoprodução de energia e as oportunidades que essa modalidade pode trazer para a sua empresa, fale conosco! Agende uma conversa com um de nossos especialistas e nós retornaremos o contato pelo canal de sua preferência.

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